Já lá vão vários anos... A classe política fervilhava de entusiasmo e pairava sobre algumas cabeças, uma vontade desmedida de servir o povo. Para a educação anunciava-se paixão que, ao contrário de conveniência, dura menos, mas tem a vantagem de ser mais envolvente. Do enlace afectivo, decorreria competência e daí à qualificação do ensino, um passo curto e três toques de melena (quem não se lembra da melena de Guterres?).
Tomava-se como recomendável a participação de maior número de professores, de encarregados de educação e até de alunos, nos diferentes órgãos de gestão e administração das escolas. Para regular o novo regime, legislou-se abundantemente. Alguns sábios, daqueles que estão sempre a ver coisas, viram aqui uma forma de os políticos se desresponsabilizarem. Porém, a ideia de democratizar a Escola tinha um pressuposto teórico de difícil contra-argumentação: se a democracia tem sido o motor do desenvolvimento em diversas áreas, com alguma certeza poderia impulsionar a mudança no ensino/educação.
Estamos muito próximo de comemorar uma dezena de anos de “vida democrática” nas Escolas. Em algumas parece não haver fôlego suficiente para apagar as velas e, em certas situações, à deglutição do bolo não escapam tosseiras, mais ou menos vibrantes, o que aliás acontece a quem mastiga apressadamente.
Talvez seja o tempo oportuno para avaliar o modelo experimentado. Haverá na realidade uma tendência para uma cultura democrática nas escolas?
O que permaneceu do que era suposto mudar?
Agora, sem o entusiasmo anterior, fala-se em rigor, exigência, competência...
Concordo em absoluto com a necessidade, percebo a música, embora tenha de reconhecer que da parte do Ministério da Educação não muda um acorde, uma nota, uma pausa... um dó!
(artigo publicado em 2002 – adaptação)
2 comentários:
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