quinta-feira, junho 08, 2006

TPC e outros trabalhos

A Ministra e o 1.º Ministro

Notícias dos jornais de hoje

“Os trabalhos para casa devem ser feitos na escola, de forma autónoma, mas com o auxílio dos professores. É um esforço que se exige das escolas para que elas sejam mais igualitárias ”, disse Maria de Lurdes Rodrigues.
José Sócrates, que contou com uma claque organizada de alunos entoando o seu nome, acompanhou a ministra na divulgação do plano e afirmou que esta “não está sozinha” e elogiou a “inteligência”, “visão de futuro” e “serenidade” com que está a enfrentar os críticos. O primeiro-ministro disse ainda que as escolas devem “prestar contas” e “saber o que os seus ‘clientes’ dizem” porque só assim, “ouvindo elogios e críticas”, se pode chegar à Escola que o País deseja.
Reconhecendo que o 1.º Ciclo tem sido um pouco marginalizado em relação a outros níveis de ensino pelos sucessivos governos, Sócrates chamou a atenção para a acção governativa no domínio da Educação. Destacou o Inglês no básico, as refeições em todas as escolas, a manutenção dos corpos docentes por três anos e o fecho de escolas com menos de dez alunos.
Vamos por partes


1 - Parece haver uma evolução no pensamento dos responsáveis políticos. Não há muito tempo opinavam, a propósito dos TPC, serem completamente desnecessários. Na altura escrevi a esse propósito um artigo para o jornal de um Sindicato Independente (SPLIU), onde discordava em absoluto dessa ideia suportada pelo romantismo doce da aquisição de conhecimento sem esforço e sem repetição.
2 - Evoluíndo, concluiram que a realização desses trabalhos na Escola tornaria o sistema menos discriminatório, isto é: mais igualitário. Reparem que dizem..."mais igualitário". É para nos lembrarmos que eles ainda conseguem usar palavras da família de "igualdade".
3 - Em abstracto a ideia parece brilhante, mas na realidade é um mal menor. É preferível fazerem na escola que não fazerem, mas seria sempre preferível fazerem com a supervisão dos pais. Claro que o argumento é o de que os pais não têm tempo, mas também é claro que sem essa componente, que permitiria à criança perceber que os pais valorizam as aprendizagens exigidas pelos professores, o TPC de que falamos não é a mesma coisa.
4 - Então falamos de um TPC que deveria passar a designar-se TMNE - Trabalho Mais Na Escola.
5 - Ficam algumas dúvidas em relação à operacionalização das medidas:
- Para as crianças que frequentam horários duplos em pavilhões "climatizados" vamos torturá-las com mais esse tempo?
Os que frequentam o horário da manhã fariam os TMNE das 6 às 8 e os que frequentam o horário da tarde das 19 às 21.
6 - O 1.º Ministro chama a atenção para a necessidade da "escola" tratar os clientes como as empresas. Aproveito para chamar a atenção do 1.º Ministro que na administração das escola estão os clientes (deveriam até estar mais representados), ao contrário do que se passa nas empresas.

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