Alfinetadas na paciência

De há um tempo a esta parte tenho recebido alguns mails que visam claramente atrofiar-me as ligações interneuronais que activam a paciência. O último releva uma enorme paixão pelo verbalismo violento. Depois de ler com atenção resolvi responder neste espaço. A sua não transcrição deve-se ao facto de algumas palavras visarem a ofensa. Vou tentar esclarecer o eunuco.

1- A única vez que militei num partido político tinha dezoito anos e uma camada de inocência suficientemente impregnada no espírito para acreditar que o Mundo mudaria um ou dois meses depois de me ter filiado. Claro que o Mundo não mudou coisa nenhuma durante os dois anos em que exercitei a convicção. Esses dois anos foram, aliás, tempo suficiente para perceber que, se não mudou até ali, não iria mudar brevemente. Décadas mais tarde caíu o Muro de Berlim e recentemente cairam as Torres Gémeas. Portanto o Mundo mudou.
Tudo o que posso dizer-lhe é que nao fui eu, nem a derrubar o muro, nem a pilotar aviões contra edifícios.

2 - Há uns anos aceitei participar como independente nas listas do PS para as eleições autarquias. Na altura, no PS ainda se respirava uma vontade de viver para além do deficit (recorda-se?). Lamentavelmente PS perdeu essas eleições. Posso dizer-lhe que suponho que não foi por minha causa.

3 - Não há nada contra a ministra da educação, pessoa que nem conheço. Há opinião critica face a opções estratégicas que considero erradíssimas. Não confunda.

4 - Confirmei o que diz. Na verdade o jornal "Público" publicou um artigo em que procura tornar evidente que os professores em Portugal são muito bem pagos, comparativamente com professores de outros Países da Europa. Sabe? Dos estudos publica-se o que convém. Informe-se qual o universo (todos os professores? ou professores em final de carreira?). Não esqueça que o jornal Público é do grupo Sonae. Acompanhou as investidas de Belmiro de Azevedo? Será que acontecem por acaso? Claro que brevemente o Público dará muito prejuízo. Será por minha causa? Olhe que não...