quinta-feira, janeiro 18, 2007

Chicotada psicológica

Surpreende-me a indignação que alguns fazedores de opinião, escarvam nos média tradicionais, a propósito do castigo aplicado a Luisão; o cara que conduzia com uns copitos a bordo. Escrevem, ou deixam tresler, que por ser Luisão, teria sido poupado a ficar sem carta e a ver ser-lhe aplicada uma coima de 600 euros. Imaginam o estrago que faria a Luisão a inibição do acto de conduzir? Provavelmente constituiria um prémio! O Benfica lá teria de canalizar mais uma verbazinha para motorista. A menos que o dispensassem da seca dos treinos. Ou imaginam o rapaz a apanhar o "58" na hora de ponta?
Uma chatice, uma pessoa alapada no sofá a ver o Benfica e de cada vez que Luisão cabeceasse, ter de pensar: este gajo bebe uns copos e eu aqui a pagar a coima. Vai daí, o Juiz decidiu-se pelo trabalho comunitário.
Antes de saber de que trabalho se trata, não tenho opinião sobre a justeza da decisão, mas os articulistas que se habituem a deixar o preto e o branco na aplicação da pena por incumprimento da Lei.
As Leis existem para regular as relações sociais e o seu cumprimento deve, ou deveria, ser exigido a todos. Porém, do seu incumprimento não deve resultar um julgamento em que quem decide, tenha de escolher entre preto e branco. A aplicação deve ser casuística, e portanto, a Luisão não ficaria nada mal cumprir umas horinhas em coadjuvação no 1.º ciclo, ajudando as crianças a perceber as vantagens da existência de regras. Se possível, durante um período de tempo nunca inferior ao que o comum cidadão cumpre, quando fica inibido de conduzir, por ser "apanhado" em situação similar.
Quem ganharia?
- Luisão. Seria compreendido pela coragem do acto e pela avaliação da atitude de arrependimento;
- A Justiça. A decisão seria entendida como uma medida justa, decorrente de avaliação ponderada.
- Os alunos. Tinham um ídolo como professor e cumpria-se o espírito da "Lei de Bases", onde consta que os professores no 1.º ciclo devem ser coadjuvados.
Ou isto na educação é, como dizem "os gatos": "Uma espécie de magazine?"

1 comentário:

Zé Paulo disse...

Caro José António, não achas que seria de uma tremenda injustiça inibir o Luisão de conduzir? Afinal como é que ele se afirma perante a sociedade? Não é através do desfilar por ruas e avenidas na sua "bomba" com mais cavalos que a cavalaria que Napoleão usou pras suas conquistas?
Como é que o pobre homem se faria notar no meio dos outros?
Não te esqwueças que estamos em Portugal e neste país reina o lema:
"Quanto tens, quanto vales. Nada tens, nada vales"
Abraço.
Zé Paulo

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Contador

Este blog possui atualmente:
Comentários em Artigos!
Widget UsuárioCompulsivo
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...