Depois de uma Primavera a condizer com o ambiente geral, achei que só com uma pintura novinha a casa ganharia o aspecto do branco clarinho, que as casas vão perdendo por essas avenidas. Como habitualmente confiei a tarefa a A., sob contrato verbal. Estava longe de imaginar que uns dias depois o café da manhã me iria saber a humor.
A., depois de ter passado um longo e tormentoso percurso pela heroína, contorceu-se nos programas de metadona, até conseguir estabilizar numas cervejas envolvidas em tabaco e cafés; um esforço, apesar de tudo, louvável. Sóbrio é um pintor sub-aproveitado e, mesmo menos sóbrio, espalha tinta como poucos.
JA- Bem o contrato é o seguinte: Uma cerveja pela manhã, uma ao meio-dia e uma à tarde, depois de finalizares o trabalho.
A. - Então para quê tanto controlo?
JA - Queres cair da escada com a lata ao colo?
A. - Quem? Eu? Com umas "bejecas" desço as escadas que nem um bombeiro!
JA - Dispenso bombeiros. Para já ainda não tenho a casa a arder...
(Depois de concordar, a custo, com os requisitos, lá afinámos trabalho e preços)
Sob vigilância apertada, cumpriu basicamente a tarefa, embora tenha deixado um resto de tinta, prometendo voltar uns dias mais tarde, para finalizar uns retoques de artista.
(Hoje, pela manhã, encontrámo-nos no café)
JA - Ói! Gaivotas em terra?
A. - Aqui a tomar um cafézinho amarelo...
JA - Vais trabalhar hoje?
A. - Vou... vou...
JA - Tenho lá uma tinta que espera por ti faz umas semanas.
A. - Olha! "Amistura" aí umas 4 ou 5 Super Bocks, mexe bem que eu vou lá e vais ver onde ela passa?
JA - Ia-me saltando o café pelos ouvidos. Eu não esperava esta piada matinal...
Moral da história: "Há marcas que nunca esquecem"
-Agradecimento a Saltapocinhas que me enviou o clip-
1 comentário:
ola ze antonio. obrigado pela tua visita e olha, o que eu gosto mesmo é de blogs que falem da escola... e nao só.
leonoreta
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