terça-feira, janeiro 01, 2008

Oh Michael!...

Continuamos a morrer na estrada com a regularidade que os americanos morrem e matam no Iraque. Um verdadeiro pesadelo, que nem os procedimentos repressivos mais atrevidos têm conseguido interromper. Os números são, maioritariamente, um testemunho cru do síndrome Michael Schumacher. A mazela não escolhe classe social nem faixa etária e, embora tenha maior incidência no sexo masculino, continua a transmitir-se a granel, sem que se consiga perceber se existe causa congénita ou genética; certo é que passa de geração em geração. Os sintomas são facilmente observáveis em qualquer café do País; rapaz que chega com a chave do popó em riste e estabelece conversa a propósito das virtudes da máquina, é concerteza um caso a necessitar de quarentena. Caso a rodopie incansavelmente e apresente vocabulário condicionado pelo poder milagroso do acelerador, bem... aí só mesmo o internamento para a "terapia do triciclo a pedal".
Desafiante é tentar perceber o que invade os cérebros destes rapazes, a ponto de os levar a crer que, mesmo dispensando engenheiros, mecânicos, abundante tecnologia, sistemas e peças inovadoras, podem perfeitamente ter domínio e performance similares ou superiores ao ídolo. Embora o caminho em que exibem a máquina, seja muito mais estreito e por lá circulem carros em sentido contrário, isso não os demove ou inibe; só pode, aliás, ajudar a confirmar que conseguem a proeza de superar "o melhor", cuja máquina tem, como é óbvio, muito menos condições de segurança que a sua.
Eu tenho esperado pacientemente que Miguel Sousa Tavares fale do assunto, para ver se percebo melhor... Será que faço bem? Se calhar vou ter de esperar sentado... Não bastava Vasco Pulido Valente ter zurzido o seu último livro de fio a pavio, agora António Lobo Antunes considera-o de outro campeonato... Na volta, ainda não é este ano que fico esclarecido.

2 comentários:

Nilson Barcelli disse...

Falta de educação, de civismo e de respeito pelos outros. Estas são, na minha modesta opinião, as causas de muitas coisas más neste país, incluindo a sinistralidade.
Os mesmos males que provavelmente sofre o VPV. Que às vezes até diz coisas acertadas. Outras vezes...
Bom 2008, um abraço.

saltapocinhas disse...

sabes o que é?
é que os professores não ensinam nada nas escolas...
estas coisas, como ser educado por exemplo,aprendem-se nas escolas!
ou não sabias?? ;)

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