quarta-feira, fevereiro 20, 2008

Kilimanjaro

Arreigada a mitos, a classe docente, por natureza bucólica, ensandece na busca desesperada de instrumentos “úteis”, “eficazes” e indutores de “rigor”. Supondo que a avaliação do desempenho significa justiça, propõem-se escalar um Kilimanjaro de portefólios, de medidores de eficácia e de aferidores de relação pedagógica, que se pretende envolvente e gratificante; como se não estivesse escrito nas estrelas que a avaliação do desempenho resultará inevitavelmente de um conjunto de inferências. Caberá aos professores titulares, coordenadores dos vários departamentos, essa tarefa “árdua” que, apesar de nula, muitos prezam. Pela parte que me cabe, continuo a não vislumbrar mais pedal, para além do que serve para travar.
Primeiro contaram-me que a avaliação seria um direito; rapidamente percebi que, para além de tortuoso, implicaria o dever de ter que ser. O direito saiu-me obrigação! Depois eu li e disseram na TV que se trataria de promover o mérito, acelerando a progressão a "general"; até hoje ninguém me conseguiu explicar como se progride do topo da Carreira. Terei de pôr travão na excelência? Talvez... para amainar a consciência – quem se sentiria confortável ocupando parte da quota, quando outros precisam dela para progredir mais rapidamente? -. Perigoso, este sistema.

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