Ultimamente alguns professores têm caído na tentação de responder - através de blogs e e-mails - a noticiaristas de jornais menores, como se valesse a pena esgrimir argumentos com quem revela um profundo ressentimento pelo facto de ser facilmente verificável que um grande grupo de professores consegue, nas poucas horas disponíveis e sem esforço, evidenciar maior competência para a escrita. Milan Kundera tipifica este sentimento de humilhação, designado-o de "litost". Na verdade fazer da profissão a escrita e concluir que um grupo de profissionais, nas horas vagas, revela maior capacidade semântica e morfo-sintáctica que o dito profissional do texto, é coisa para deixar - até os carecas - com os cabelinhos sobrantes em pé. Designar os professores de "hooligans" é um acto de desespero que devemos compreender; lidar pacientemente com jovens em idênticas circunstâncias, também faz parte da nossa profissão.
Ser jornalista, assumir independência e capacidade crítica face aos poderes instalados, como fazem Mário Crespo e V. P. Valente, é patamar que só alguns podem pisar... ser jornalista implica coragem, recusa de privilégios, estrutura óssea com coluna vertebral. Na verdade são os jornalistas que devem merecer ser lidos e é aos seus textos que devemos dedicar o nosso precioso tempo. Ler os outros é como fazer furos com berbequim, e... é claro que se a pessoa se dedica muito ao exercício, arriscar-se-á a esburacar até algum dos mais nobres neurónios.
1 comentário:
Excelente texto, não podia estar mais da acordo. Ainda bem que a democracia chegou à escrita mesmo com pouca audiência cada um pode escrever o que pensa. Há textos sobre violencia na escolas, avaliação de professores para todos os gostos na blogosfera.
Por mim transformei o meu blog em instrumento de trabalho e são os meus alunos do 1 ano que lá escrevem. Ganhei audiências.
Duilio Coelho
PS: Li no blog "Vicentinas de Bragança" um post a proposito das 52 Primaveras da nossa Ministra
que mostra bem até onde vão as diferenças de opinião que existem na blogosfera.
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