Natação

Na vã esperança de ver um português medalhado, espreitei a prestação de Obikwelu e ouvi o que não esperava: "Há um joelho que não está bem... vou deixar carreira ... peço desculpa aos portugueses e a vida segue adiante!".

Parece que foram uns jantares, suponho que de cobras e lagartos fritos, que atrofiaram a capacidade dos nossos atletas, impedindo-os de porem em prática o que levaram anos a adquirir. Compreende-se: se pela boca morre o peixe, pelo estômago ainda deve ser pior. Daí a expressão: "Um murro no estômago."

No seguimento das declarações de Obikwelu, dizia o jornalista que Phelps iria finalmente destronar Mark Spitz, revelando-se o melhor de todos os tempos. Excluindo a necessidade de justificar os contratos de milhões em publicidade, não concordo. Phelps bateu o recorde em número de medalhas de ouro conquistadas numa edição, mas não a capacidade para o exercício. Em Phelps o que se altera de substancial não são as capacidade intrínsecas, são as condições exteriores ao atleta. Descontemos o atrito do cabelos da cabeça, das axilas e do bigode de Spitz. Contemos o fato especial e a touca de Phelps. Descontemos ainda as condições das piscinas em que nadou Spitz. Sejamos justos: Phelps ganhou mais medalhas e é um excelente atleta, o melhor nadador da actualidade. Nada mais? nada mais! Perece pouco? Não é...