Os bufos

Desde a sua origem que este blog tem sido um espaço de luta contra uma parte muito significativa das medidas que o Ministério da Educação tentou implementar. E o blog nasceu em 2005. Do conteúdo ao estilo, tentei - na medida em que o tempo livre o permitiu - ser crítico e desmontar campanhas, truques e propaganda. Escrevi da Ministra o que achei que ela merecia ler. Fui corrosivo quando, perante o público, enveredou pela crítica fácil aos professores e ao seu trabalho. "Bati-lhe" até ao limite do impropério, discordei em absoluto com o exagero do modelo de avaliação que congeminou (ou defendeu sem ter congeminado) e considerei uma falácia associar os resultados dos alunos à avaliação dos professores. Ridicularizei o exagero das grelhas, as ilegalidades dos horários, as falsas componentes não lectivas, as horas intermináveis gastas em reuniões obtusas... E, por fim, evidenciei o erro de ter deixado arrastar a impossibilidade, abrindo o flanco à contestação.

Paralelamente fui tentando acompanhar, os sindicatos, os movimentos, os bloggers mais activos e mais influentes. Dois deles, "A Educação do Meu Umbigo" e "O Blog de Ramiro Marques", chegaram a ser referência e, quando Ramiro defendeu a simplificação do modelo, ganhou adeptos. Por estar de acordo com o que então propôs, cheguei a linká-lo quando escreveu sob o título: "Uma proposta sensata".

Para meu espanto, agora que do Ministério simplificaram o modelo, apresentam-se como cavaleiros do descontentamento. O trivial, para quem ambiciona ser faroleiro; por aqui nada a dizer... O problema é que, no desvairo louco que alimenta os candidatos a líderes, Guinote tornou-se um clone da Ministra, na sua pior fase. Ainda por cima fê-lo quando a Ministra se aveludou. Revela tiques de bufo, tenta inferiorizar colegas que supõe terem opiniões contrárias à sua e publica actas de reuniões onde não esteve presente, com o propósito de levar à identificação de professores que se manifestaram contra a suspensão da avaliação. Sei que estive pontualmente em reuniões com Rogério Conceição Bacalhau Coelho; nem sequer consigo associar o nome ao indivíduo, não é portanto pessoa que conheça ou com quem tenha algum tipo de relação. Porém, e para abreviar, Guinote procura atiçar os professores uns contra os outros, supondo poder colher do caos. O que ele quer colher provavelmente estará irremediavelmente murcho.