sábado, dezembro 13, 2008

Dores


Sempre estive convencido que Ramiro Marques não aguentaria as dores por muito tempo. Fiz-lhe o diagnóstico a partir da incoerência revelada nos seus posts. Pelos vistos não errei. Hoje veio dizer onde lhe dói: nos mestres!


Concordo que um grau académico superior deverá ter um tratamento que releve discriminação positiva; tudo o que for para além disso será um privilégio muito mal recebido pelos professores. Primeiro, porque um privilégio é sempre uma ilegalidade - os privilégios deveriam ter acabado com as últimas Cortes -, depois porque toda a gente sabe que muitos mestrados foram conseguidos com dispensas à componente lectiva - uma boa parte delas resultante de favores políticos.

Na verdade, os graus académicos de licenciado, de mestre e de doutor já são discriminados positivamente, quer para efeitos de progressão da carreira, quer para efeitos de concurso a professor titular. Ramiro Marques parece querer mais que isso. Quer quota de mercado - se o grau académico de mestre for sobrevalorizado não lhe faltará freguesia - e, nessa ânsia, exagera! Seria mais sensato olhar para alguns bacharéis que, quando facilmente poderiam ter acedido a licenciatura, optaram por cumprirem integramente a componente lectiva, sem que isso tenha significado vontade de ficar na dormência do casulo. Muitos ficaram, trabalharam arduamente e evoluíram. Portanto, para essas dores de Ramiro e de seus discípulos: paracetamol!

3 comentários:

saltapocinhas disse...

fui ler e também não entendi asrazões de queixa do colega...

em relação ao que escreveste, faço parte do grupo (pequeno) dos que não quiseram tirar (ou comprar?) uma licenciatura.
não quis abdicar do meu tempo de preparação de aulas e do emu tempo de sossego que tanta falta me faz...
também estou convencida de que a preparação que tenho de formação inicial e mais de todas as formações que fiz me faz ser tão ou mais competente do que muita gente que andou nas licenciaturas, mas que fazem formação de teatro ou fotografia ou outras coisas igualmente "uteis" para o trabalho do dia a dia...
No entanto, o ME não pensa como eu e quem fez alicenciatura ganha agora muito mais que eu, embora faça exactamente o mesmo trabalho
isto é normal??

José António disse...

A minha opinião sobre essa matéria já a expressei em alguns posts. Tenho, em relação à licenciatura, a mesma opinião que tenho em relação aos mestrados: alguma discriminação positiva terá de haver, o que não significa que tenha de ser exagerada. O facto de os bacharéis estarem impedidos de concorrerem a professores titulares , por exemplo, parece-me claramente um exagero.

Sónia Pinto disse...

Na educação, nos últimos tempos, tudo tem sido feito na base de "grandes exageros"... E quem paga? Aqueles que mais se dedicam ao seu ofício!

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