quarta-feira, dezembro 17, 2008

A simplicidade

Finalmente demos de caras com a simplificação. A Ministra, inspirada naquele princípio judoca que vergar derruba mais o adversário, vergou quase tudo. Os verbos - que agora substituem o ser e o faltar, muito utilizados na triste expressão: "Era o que faltava!" - são agora mais rasteirinhos: assegurar; dispensar; reduzir; simplificar... Tirando os verbos, o que sobra é conhecido. A saber:

- Assegurar que os professores que o pretendam são avaliados por avaliadores da mesma área disciplinar;
- Dispensar, neste ano lectivo, o critério dos resultados escolares e das taxas de abandono, considerando as dificuldades identificadas pelo Conselho Científico da Avaliação dos Professores;
- Dispensar as reuniões entre avaliadores e avaliados sempre que exista acordo tácito sobre a fixação dos objectivos individuais ou sobre a classificação proposta;
- Tornar a avaliação a cargo dos coordenadores de departamento curricular (incluindo a observação de aulas) dependente de requerimento dos interessados e condição necessária para a obtenção da classificação de Muito Bom ou Excelente;
- Reduzir de três para duas o número das aulas a observar, ficando a terceira dependente de requerimento do professor avaliado;
- Dispensar da avaliação os professores que estejam em condições de reunir, até final do ano escolar de 2010/2011, os requisitos legais para requerer a aposentação e os docentes contratados em áreas profissionais, vocacionais, tecnológicas e artísticas, não integradas em grupos de recrutamento;
- Simplificar o regime de avaliação dos professores avaliadores e compensar a sua sobrecarga de trabalho.
Nogueira não gostou da oferenda Natalícia e já veio dizer que a Ministra pôs veneno no caldo. Eu, pelo que li, temo que, no mínimo, tenha destapado o frasco de 605 forte. O benefício da dúvida existirá até à leitura do texto da Lei. A ser verdade que se trata de uma simplificação para um ano, é certo e sabido que voltará à carga com os resultados dos alunos e com as taxas de abandono escolar. Se assim for, voltará a incendiar o fogacho. Uma asneira que o "PS" terá de custear, quando, ainda por cima, se prevê que os futuros directores venham a ser avaliados no parâmetro "resultados". Haveria necessidade?

2 comentários:

Sónia Pinto disse...

Ai, ai... Pobre escola pública! Não há quem resista a tanta incongruência e isso é notório nos olhos daqueles que, realmente, vivem para a educação e para os seus alunos! CORAGEM e Esperança são as palavras de ordem no momento, já que o mal, jamais vencerá o bem (mesmo que a utopia reine exclusivamente no nosso íntimo)...

saltapocinhas disse...

eu fico à espera que ela dispense "professores com blog"!!

(estou tão farta deste assunto que já não há pachorra, a sério!!)

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