sábado, janeiro 17, 2009

O Viriato do Entroncamento

Ramiro Marques, já conhecido em meio escolar por Viriato do Entroncamento - tal o espírito guerreiro que o caracteriza -, continua a sua luta contra o Simplex2. Como não adesiva muitos, por já todos terem percebido que não há almoços grátis e que Viriato que se preze luta no seu terreno com os calhaus que tem à mão, vem agora com o paleio de que a greve é porque os Professores não querem uma avaliação simplificada. Trata-se de um inclinado e perigoso ponto de vista. Eu conto fazer greve, precisamente porque a avaliação só será simplificada durante este ano civil. Para que esse paleio não passe de "PC" em "PC", sem contraditório, fui lá e respondi-lhe resumidamente na caixa de comentários. Aqui vai a resposta por inteiro:

É provável que a greve seja expressiva, mas estaremos longe dos números da anterior e ainda mais longe dos motivos que o Ramiro Marques pretende evidenciar. Algumas das razões para aderir à greve passam muito mais por:
-Aposentação aos 65 anos, com forte penalização para quem sair antes (aposentação antecipada= 4,5% por cada ano de antecipação);
- Carga horária / componente não lectiva / escola a tempo inteiro (um exagero exponenciado pelos números do desemprego e pela precariedade de emprego evidente para professores contratados e para os mal assalariados das AEC's);
- Escolas sem condições físicas dignas (combinada com a exigência de cumprimento de actividade não lectiva na Escola=mistura explosiva);
- Sobrevalorização da actividade burocrática (uma grande parte da tralha burocrática dispensaria certamente o curso de professor);
- Dificuldade de acesso à categoria de Professor titular (a prova pública é entendida como um travão à progressão na Carreira Docente);
- Avaliação simplificada só para este ano; (a grande maioria aceitaria esta avaliação se fosse para valer futuramente - só para um ciclo é pouco);
- Possibilidade de fusão entre Ciclos;
- Director por concurso (a maioria prefere um órgão colegial votado por professores);
- Director com acumulação de Presidente do Conselho Pedagógico (para a maioria uma tentativa de controle absoluto);
- Avaliação para professores sem possibilidade de progressão (os professores do topo da carreira não aceitam. Se o objectivo da avaliação é a progressão, imporem a avaliação é interpretado como uma tentativa de subjugação);
À parte estas razões, que só por si chegariam, temos ainda os 139 PCE's que por motivos de propaganda para consumo interno - são candidatos a Directores(as) - dão uma mãozinha à contestação. Estes 139 e outros tantos querem mais qualquer coisinha que brevemente perceberemos o que é. Lá para meados de Fevereiro... Os adjuntos e tal e a actividade lectiva e coiso e tal... enfim...
Estes são os principais motivos de adesão à greve. Ninguém está interessado na avaliação complexa que o Ramiro, a Maria Gama, o Guinote e outros defendem.
Digo-lhe mais: se a Ministra anunciar que está disposta a manter o simplex2 para o futuro, ganhará muitos mais professores e esvaziará parte da contestação.

2 comentários:

saltapocinhas disse...

eu FAÇO GREVE por todos os motivos que tu invocas e também por todos os que são invocados pelo Ramiro.
A situação é grave demais para andarmos às turras uns com os outros nesta altura.

Se nos deixarmos calcar agora nunca mais seremos gente...
estas divisões e discussões entre professores só interessam a quem esteja do lado da ministra!

Sónia Pinto disse...

A União faz a Força... Sempre assim foi, e assim há-de continuar!

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