quarta-feira, fevereiro 04, 2009

Uma da manhã! Hei!


O mais badalado representante de alguns pais, um tal Albino, volta de novo com mais um xeque -ou será cheque- mate à qualidade da educação. Defende o putativo representante que os Jardins de Infância e as Escolas do 1.º Ciclo deverão abrir das 7 às 19, ou, em alternativa, das 8 às 20 (presumo que para o caso dos pais que aderiram ao canal sport Tv).

Embora pareça uma ideia amiga dos pais e dos filhos, encerra dois venenosos preconceitos:

1 - Quanto mais tempo estiverem na Escola, mais aprendem;

2 - Mesmo que a Escola não tenha condições dignas, será sempre preferível que funcione como depósito.

Albino, naquilo que consegue discorrer a propósito de educação/ensino/aprendizagem, não andará muito longe de alguém que supõe ser benéfico encomendar o filho ao internamento em hospital público, mesmo que o único "sintoma" tenha sido um espirro.

Lamento, mas defendo exactamente o contrário. E jamais um(a) director(a) que não consiga ajustar a oferta educativa às reais condições de uma Escola contará com o meu voto. Querem mais? Façam melhor!

4 comentários:

Zé Paulo disse...

Ora cá está!!!! Descobri o negócio que me vai permitir deixar a profissão e ganhar uns valentes trocados!!!
Com um horário desses nas escolas, vou montar uma barraquinha com chupas, cachorros e donuts, e tou safo!!!!
Só espero que este ministério da educação comece a dar formação a uns milhares de guardas nocturnos, porque vão ser mais os pais que se vão esquecer dos filhos, do que aqueles que os vão buscar ao ATL... opssss ... à escola! Desculpem o deslize, mas chamar escola aos estabelecimentos que fazem a distribuição dos Magalhães, ...acho um exagero!!!!
Valha-nos o Bispo!!!!!

brunette disse...

ok, também não concordo que as escolas sejam depósitos e os pais só os vão buscar quando der jeito. Nem que sejam os professores a assegurar esse "alargamento" de horário de funcionamento. Mas o que é certo é que há muitos pais que são explorados até ao tutano (para dar um exemplo, na banca), entram cedo e nunca sabem a que horas saem. Se não tiverem apoio da família, qual a alternativa? O Estado devia realmente ter uma rede de, chamemos-lhe assim, ATL para estes casos. Aproveitam as instalações das escolas, mas com outros técnicos, outras funções? Não me pareceria mal de todo.
Lembra-me outra grande lacuna - o apoio a idosos que necessitam de cuidados continuados. Eu assisti este fim de ano num hospital, só em pneumologia - vários velhinhos com problemas respiratórios internados antes do Natal, e com alta médica, as famílias só os foram buscar depois do Ano Novo, porque antes não dava jeito... E também consigo "compreender" de certa maneira as famílias... Criar nos hospitais unidades de cuidados continuados? Se calhar...

Anónimo disse...

Não é admissível que um representante de "todos" os pais deste país diga uma barbaridade destas.
Todos(?) já percebemos há muito que as crianças estão cansadas de estar na escola umas 7 horas/dia e que isso contribui para um enorme cansaço e desgate nas mesmas o que leva`À DESCONCENTRAÇÃO, DESINTERESSE E INSUCESSO. AS CRIANÇAS NECESSITAM URGENTEMENTE DE UMA COISA: BRINCAR, BRINCAR E BRINCAR!!! E NÃO É NA ESCOLA ONDE JÁ ASSOCIARAM QUE SÓ HÁ REGRAS A CUMPRIR. AS REGRAS SÃO NECESSÁRIAS, OBVIAMENTE, MAS BRINCAR É FUNDAMENTAL PARA O EQUILÍBRIO AFECTIVO/EMOCIONAL DAS CRIANÇAS. NÃO HÁ COISA MAIS SAUDÁVEL, DO QUE AO FIM DE UM DIA DE ESCOLA PODER BRINCAR, FAZER DISPARATES(TAMBÉM SÃO NECESSÁRIOS), PORQUE É ASSIM QUE SE APRENDE TAMBÉM A SABER O QUE ESTÁ CERTO E ERRADO. SERÁ QUE ESTE PAI NÃO SE RECORDA DE QUANDO ERA MENINO?
OIÇAM OS TÉCNICOS, LEIAM OS ARTIGOS DE TÉCNICOS LIGADOS À EDUCAÇÃO E VEJAM O QUE ELES DIZEM.
"Trago a fisga no bolso de trás e na mala o caderno dos deveres; mestre escola eu sei lá se sou capaz, de escolher o melhor dos dois saberes".
Vejam o que diz Luis Miguel Cintra "FOI PARA CONTINUAR A FAZER O QUE FAZÍAMOS EM CRIANÇA-BRINCAR CONTRA A SOLIDÃO-QUE VIM PARA O TEATRO".
Haja quem faça uma reflexão sobre isto, rapidamente, porque um aluno ganha-se até aos 10 anos.
Fátima(Psicóloga Clínica)

Anónimo disse...

Concordo de certo modo com o que diz Brunete, mas não nas escolas, porque os miúdos estão cansados do mesmo espaço. O que era importante era pensar-se na viabilidade das empresas criarem as suas próprias creches/atl, para os filhos dos seus funcionários, dando assim uma resposta cabal às necessidades dos filhos dos seus funcionários, como faziam algumas empresas há 50 anos atrás e nessa altura não viviamos em democracia. Os tempos mudaram, as mentalidades mudaram mas as necessiades são as mesmas e agravaram-se. Os ATL não deveriam fechar. Há ATL a funcionarem muito bem e são uma boa alternativa às AEC'S.
Lembram-se, quando andavamos na escola só uma parte do dia e estavamos ansiosos para que as aulas acabassem para podermos ir brincar?
De facto a pressão nas empresas(e nos Bancos então!) é enorme, mas penso que com tudo o que está a acontecer ao nível global, está a levar algumas pessoas a repensar nas prioridades e nos erros cometidos. Porque isto dos ATL´tem por detras uma questão social profunda e muito grave, assim como a assistência a idosos. E um facto! Mas, quem desconta há 31 anos, pergunta-se o que é que se faz ao dinheiro???... Há hoje uma sociedade em que os valores se perderam, o carácter nobre, solidário, não é valorizado...
Hoje as pessoas querem ter para ser. É O TER PARA SER em primeiro lugar. Enquanto assim for, não chegamos a lado nenhum.
Deviamos todos reflectir muito bem sobre o que aconteceu na América com a ganância de ter, ter e ter cada vez mais, não importando o sofrimento de quem estava mesmo ali ao lado.
A HISTÓRIA repete-se e já era altura para sabermos todos tirar as devidas ilações de todas estas mudanças. Façamos um flash back ao início do século XX...
Deixo aqui o repto...
Fátima(psi.)

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