segunda-feira, julho 31, 2006

O Comendador

O decreto-lei que cria a Fundação de Arte Moderna e Contemporânea - Colecção Berardo, foi promulgado por Cavaco Silva. Acontece que o homem já fez a rodagem do automóvel há muitos anos e a coisa levanta-lhe muitas dúvidas, tantas que deram direito a brinde após a assinatura.
Então não é que Cavaco Image Hosted by ImageShack.usestragou a festa com uma daquelas intervenções que atira para segundo plano a importância do espólio e obriga ao esclarecimento do negócio. Disse em tom apaziguador: Bem... eu assino, mas como é isso da distribuição de poderes entre o Estado e o coleccionador?
Segundo a Ministra da Cultura o negócio foi uma benesse divina para os portugueses, pelo que está infinitamente grata ao Comendador . Talvez seja para a Ministra, mas atentemos no seguinte: "mesmo após o exercício da opção de compra pelo Estado, o coleccionador continuar a dispor de poderes muito amplos de intervenção na gestão de um acervo de bens património do Estado".Image Hosted by ImageShack.us
Já em Junho foi anunciado que Joe Berardo presidirá ao conselho de administração da Fundação e irá exercer o cargo de forma honorária e vitalícia, sem direito a voto.
O jurista André Gomes e o gestor Renato Berardo, filho do comendador José Berardo, foram os nomes escolhidos pelo coleccionador para integrar aquele órgão.
O jurista da Cinemateca Portuguesa José António Pinto Ribeiro foi o quinto elemento nomeado, por mútuo acordo entre o Estado e José Berardo, para fazer parte da administração da Fundação.Image Hosted by ImageShack.us
Ambas as partes estabeleceram que será investido anualmente um milhão de euros na aquisição de obras de arte, pago em partes iguais pelo Estado e pelo Comendador.
Meio milhão por ano dos nossos bolsos?
Infinitamente grato?
Para responder a esta pergunta só mesmo utilizando a linguagem do também madeirense Alberto João.
Tanta Creche... tanta Escola e tanto pavilhão deitado abaixo.
As obras da colecção até podem valorizar a longo prazo, mas a longo prazo os que cá estão nem com lupa vêem a Finlândia no mapa. Apesar da importância atribuída ao espólio, convém reter que o valor das obras de arte é muito especulativo e depende bastante do estado da economia global e particularmente do mercado de capitais (o mesmo boneco tanto pode valer 10000 como 50000).
E depois fica sempre aquela moinha: Então as pessoas que têm fome compram quadros?
Nem que se pintem, vão ter de explicar tudo muito bem explicadinho. E ponham-se à tabela que o homem da rodagem está a ultrapassá-los pela esquerda todos os dias. E que tal mudar uns pneus? É que não tarda estão encostadinhos às "boxes".
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