As lebres

Sempre que há momentos políticos difíceis, lançam-se os adjuntos. São as lebres de uma corrida com meta anunciada e vencedor incerto. Algumas pessoas tomam-nos por suícidas, ou, na melhor das hipóteses, por praticantes de auto-flagelação. Tenho para mim, que são pessoas inteligentes com protensão para castigar quem tão difícil missão lhes confia.

Lebre 1

O secretário de Estado Adjunto da Indústria e da Inovação falou hoje do aumento de 15,7 por cento no preço da electricidade em 2007, de forma tão estrondosa, que até o homem que vive na montanha e aquece os pés ardendo azinho, se arrepiou. Nem mais nem menos; assim: "a culpa é dos consumidores". "este défice tem de ser pago por quem o gerou". "são os consumidores que devem este dinheiro. Não é mais ninguém"

Bonito de se ouvir.

Mesmo sabendo que Deus não ajuda jogos a dinheiro, fica aqui o apelo: Valha-nos Santa Iberdrola!

Lebre 2

O secretário de Estado Adjunto e da Educação, Jorge Pedreira tentou sossegar os sindicatos acenando com a extinção dos Quadros de Zona Pedagógica e a alteração dos critérios de avaliação de desempenho dos professores, mas condicionou a aplicação destas medidas ao fim dos protestos.

Em conferência de imprensa:

"Se as organizações sindicais persistirem em manter um clima de conflitualidade e continuarem a programar acções de luta como as das últimas semanas, não haverá possibilidade de desenvolver esse trabalho".

Vamos cá ver se eu percebo. O homem quer sossego para poder trabalhar? Imagine que os professores também queriam tal mordomia...

Senhor Secretário adjunto, não faça de conta que a greve passa ao lado e altere o funil das quotas. É isso que têm que fazer. Os Quadros de Zona são "lana caprina".

PS: A lebre n.º 1 já veio dizer que teve um dia menos bom.