quarta-feira, outubro 11, 2006

Ser professor

Como vai sendo trivial... o CM publicou hoje a seguinte notícia:
Quarta-feira, 11 Outubro 2006
Aluno agride professora
"Uma professora da Escola EB 2+3 n.º 2 de Quarteira entregou ontem ao conselho executivo do estabelecimento uma participação formal de incidente disciplinar doloso. A docente, que não se quis identificar por razões de segurança, diz ter sido agredida a soco e pontapé por um aluno de dez anos dentro da sala de aula e, posteriormente, insultada pela encarregada de educação, contra quem apresentou queixa à GNR por injúrias, ameaças e ineficiência no exercício da educação doméstica".

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Pelo que consegui perceber a professora obrigou o aluno a tirar o boné na aula.
Esta notícia, que poderia ser alvo de comentários de café há uns anos atrás, morre no "Correio da Manhã", como todos os que vão aparecendo na página dedicada a necrologia.
Sempre me pareceu que a estratégia da Ministra, para além de ser reveladora de profundo desconhecimento da importância e da complexidade do processo educativo, conduziria a um perigoso caminho de conflitualidade. A minha convicção, relativamente ao erro de processo por parte da Ministra, é hoje muito mais forte. Para além de continuar convicto desse erro grave, acredito que a falta de coragem política pode ter motivado a escolha da estratégia. A única vez que a Ministra falou sumidamente da responsabilidade do poder político em relação à degragação das Escolas, aconteceu quando se soube que uns senhores da "EPUL" decidiram pagar uma "pipa de massa" a si próprios e que para desmanchar aquilo, nem Sua Santidade o Papa. Soube-se ainda que a coisa está tão bem feita, que os senhores vão receber a massa a vida toda. Claro que com centenas de escolas a fechar e outras a cair de humidade e bolor, a Ministra pressentiu que os jornalistas podiam levantar o tapete e mostrar o lixo. Vai daí... disse qualquer coisinha, timidamente e para audiência curta. Se fosse corajosa teria dito a verdade desde o primeiro momento. Teria assim muito mais autoridade para pedir sacrifícios aos professores. Escolheu o caminho fácil. Hoje qualquer pai sensato percebe que é fácil responsabilizar uma professora que vive a 50 Kms ou mais da Escola, que (em início de carreira) leva com 25 crianças de 5 anos e que é suposto que as ensine a ler e a escrever, em pouco tempo. Mesmo sendo pouco sensato, percebe que a Ministra não teve coragem para afrontrar os verdadeiros responsáveis.
Para citar o senhor Falcão, incorrigível fingidor de estudioso de diccionários, a propósito da pergunta que lhe fiz:
- Então Sr.º Falcão a sua esposa (com uma fractura recente do fémur) está melhor?
-Graças a Deus está um pouquinho melhor, mas continua intransitável...
Em boa verdade vejo na resposta deste falso estudioso de diccionários, o futuro da Ministra de Educação: Mesmo que melhor, ficará intransitável. E, a avaliar pelo que tem sucedido em visitas recentes, o melhor será mesmo evitar o trânsito.

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