Miguel Sousa Tavares, acusado por Scolari de "escritor da bosta", meteu a viola no saco e nunca mais falou da Selecção. Agora, acusado de plágio por um incógnito, viola que se farta. A acusação vem de um blogger que em 20 de Outubro, no site Freedom to Copy, o acusou de ter plagiado partes de «Esta Noite, a Liberdade», de Dominique Lapierre e Larry Collins, para o seu livro «Equador».
Miguel Sousa Tavares começou por ameaçar e acabou apresentando na Polícia Judiciária uma queixa e participação criminal por difamação e violação de direito moral de autor, contra desconhecidos.
Talvez não seja inapropriado tomar como forte possibilidade que a escrita resulta de um "espasmo" motor com origem num "disco" que se corre a uma velocidade estonteante. Escrever é tornar expressivo tudo o que recebemos pela linguagem verbal e pela leitura. Daí que todos os escritores de alguma forma copiem. Se o fizerem de forma original, com uma boa dose de publicidade, são candidatos a um record de vendas, se forem apanhados no copy and paste as vendas podem abrandar, pois o descoberta transforma o autor num emplastro. MST sabe isso e tem utilizado todos os meios ao seu dispor para provar que está a ser vítima de uma mentira. Percebe-se, trata-se de uma reacção normal. O que já é difícil encaixar é o tipo de argumentação que utiliza (Expresso de 28-10-06). Primeiro opina que os blogs não têm interesse nenhum, depois gasta meia página (e elas não são pequenas) a esse propósito, acusando de cobardia quem se esconde por detrás de um blog. Até parece que as televisões estão de câmaras abertas para qualquer um e que os jornais escancaram as portas a pretenciosos noticiaristas.
Óbvio é que os blogs estão a fazer uma concorrência muito séria aos jornais e às televisões, principalmente quando estão configurados para publicidade.
Talvez não fosse má ideia MST fazer uma continhas.
Imaginem que 10% dos professores têm o seu blog com publicidade. Claro que o valor é simbólico para cada um, mas todos juntos fariam um enorme rombo em jornais e TVs. Enormíssimo! O ódio aos blogs é portanto uma consequência directa da concorrência mal digerida. MST tem o direito legítimo de se defender, escusa é de disparar contra todos, designando de cygercobardia o espaço ocupado pelos bloggers. Disparar à toa, com a arma em posição de rajada, pode levar uns furinhos aos pés. MST não faria a coisa por menos: baniria os blogs e resumiria a Internet ao correio electrónico.
Seria interessante trazer a público quantos milhões se facturam nos média por conta de denúncias anónimas. Então agora com o correio electrónico... maravilha!
Há cada dor! E-que-dor!
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