Swingando

O swing, essa nobre actividade contemporânea, assemelha-se em tudo ao râguebi; muito técnica, curvam-se muito, quase não há balizas - qualquer pontapé tem hipótese de passar entre os postes - e, quando um “jogador” está cansado, entra logo outro. Para além disso, conta muito menos o contrato que o amor à camisinha. À parte estas semelhanças elementares o swing só peca por ser enganador para os praticantes.

Vejamos:

Mulher - casal 1 – Isto assim não dá, sempre a mesma rotina... Que tédio!

Homem - casal 1 – Querida, que é que você quer... eu faço de tudo: comprei kamasutra ilustrado, arfo, rodo, rodopio...
Fiz tatuagem daquele dragãozinho que você escolheu... Levei laser para limpar aqueles pêlos que enojavam você, deixei quilos no ginásio e ais no pircing da pilinha...empenhei salário em adereços, cremes, chicote e algemas! Que é isso meu bem?

Mulher - casal 1 – Querido, você já ouviu falar de swing?

Homem - casal 1 – E você acha que seria bom para a nossa vida amorosa?

Mulher - casal 1 – Com o vizinho do 5.º esquerdo seria certamente...

Homem - casal 1 - E você acha que a Luísinha alinharia?

Mulher - casal 1 - Tenho a certeza, o casamento deles também está a esfriar...

(Depois praticarem a modalidade)

Mulher - casal 1 - Que é que você achou, querido?

Homem - casal 1 - Eu aprendi muito com a Luísa, ela adorou estar comigo, foi demais... Afinal sexo sem amor é óptimo... uma experiência encantadora...

Mulher - casal 1 - Você não acreditava, mas agora tem a prova... o João é encantador, aquele peito peludo...

Homem - casal 1 - Hei! Espere aí, que é que é isso? Você está apaixonada!... você sempre disse que detestava pêlos!

Mulher - casal 1 - Oh! Que é isso? Nunca ouviu dizer que mulher tem de amar para desejar? É só para cumprir tradição...

Homem - casal 1 - Bem... que é que você acha se eu aplicar no corpo aquele tónico capilar que usei para prevenir a queda?

Mulher - casal 1 - Experimente... Experimentar vale sempre a pena, principalmente se a alma é pequena.