quinta-feira, novembro 29, 2007

É grave

Sou incapaz de compreender-me nesta disponibilidade para aderir às greves. Fazer greve por ser de esquerda não é seguramente argumento que possa atarraxar-se em mim; tenho dias! Já dei comigo a acordar de esquerda e a manter a coisa até à hora do almoço, mas nem sempre é assim.

Para amanhã estou decidido a manifestar o meu desencanto. Eu sei que a Senhora Ministra não está preocupada em que eu esteja encantado - encantar e ensinar não rimam nos gabinetes da modernidade -. Acontece que ainda estou vivo e essa coisa banal de querer na vida algum encanto, preocupa-me. Preocupam-me quase sempre coisas que não ocorrem a Ministros. Talvez seja este o meu argumento preferido; conforta-me, convence-me... Vou vesti-lo com o pijama para não ter de me lembrar que ouvi algumas professoras dizer: Eu queria fazer, mas não posso... Preciso mesmo do dinheiro!
É grave por ser verdadeiro! Fiquei circunflexo.

3 comentários:

Maria disse...

Infelizmente assim é, precisam do dinheiro....
Mas mesmo assim espero que seja uma grande, uma ENORME greve!!!

Nilson Barcelli disse...

Grave, agudo ou circunflexo, tudo serve para caracterizar a situação.
Mas...

Eu, um dos financiadores do sistema, tal como todos os outros contribuintes, nem fui ouvido para ver se concordava pagar mais impostos para aumentar mais os funcionários públicos.

Bom fim de semana.
Abraço.

José António disse...

Eu não faço ideia o que vendes, mas, se precisas vender, cuidado com o mito que consiste em fazer crer que, se os funcionários públicos ganharem pouco, os privados ganharão muito. Imagina um professor (que não devendo ser funcionário público, para lá o querem empurrar) sem "guito" para as coisas fundamentais. Até os poetas iriam ter de comer as folhinhas onde imprimiram os versos da inspiração.

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