sexta-feira, dezembro 14, 2007

O leite escolar

Andava para actualizar a informação e a opinião a propósito do "Novo Regime", mas, em boa verdade, o tempo gasto na Escola está a revelar-se exagerado, chegando a ameaçar a compatibilidade com o que considero ser uma "vida normal". A propósito do excesso, tenho variadíssimas vezes atirado aos patos - entenda-se por patos, os que acham louvável casar com a escola, amar a escola, dormir com a escola, trocar a Escola por um jantar a horas decentes -, embora os chumbos não tenham surtido, até agora, lá grande efeito. Ser professor é uma profissão exigente que requer, para além de sólida formação académica, disponibilidade, coerência, constância, preserverança, dedicação, empenho e... (percebi agora) pontaria. Para o efeito, o tempo a dedicar-lhe, não deverá resvalar para o braço do missionário obsessivo, falto de relógio . Nesta matéria, digo eu, jamais deverá inequivocamente significar: "nunca!".
Bem... do "Novo Regime" sabemos agora que:

- Um candidato a director pode apresentar currículo em qualquer escola, independentemente de ter aí a sua colocação;

- O director será também presidente do Conselho Pedagógico;

- O Conselho Geral poderá cooptar outros membros da comunidade (empresários e outros);

- De entre os critérios mais cotados para a escolha do Director constarão: Formação e Experiência Profissional.




Estou curioso relativamente à importância que será dada ao "professor titular", no entanto posso adiantar-vos que é pouco provável que essa exigência, para o desempenho do cargo, seja uma realidade. Há quem, "aproveitando" os destacamentos e as requisições na administração central e regional, tenha feito uns cursos na área da Administração e Gestão Escolar e que, apesar disso, não tivesse conseguido aceder à categoria de "professor titular", por via de não ter desempenhado cargos nas Escolas. Serão agora, certamente, candidatos a directores. Vai ser de "gritos e apitos" verificar que, para ser presidente do pedagógico actualmente, é necessário ser professor titular, mas para ser director e presidente do pedagógico, no novo Regime, não será. Lindo! É a tal coerência tão necessária ao desempenho da profissão... Ou "titular" será mais para carga, do que para cargo? Veremos...


Há portanto muito por explicar, mas, ao arrepio do sentimento generalizado, estou disposto a entregar barato o actual Regime e a sugerir aos seus defensores que me ajudem a encontrar um sentido para um regime que conduziu a que a profissão "malhasse" de um topo, às catacumbas da desgraça, numa década.

Haverá outros factores, mas será absurdo negar o contributo de um Regime que é estruturante. Eu não percebo como é que, para dar um exemplo, se verifica que tudo o que acontece fora do espaço dedicado ao ensino / aprendizagem (salas de aula e espaços equivalentes) tem pior aspecto que os restantes espaços. Pensem (ou olhem) os espaços da vossa Escola e comparem as "salas de aula", com os restantes (incluindo serviços administrativos). Mesmo para preencher um mapa relativo ao leite escolar você tem certamente melhores condições que na sala de aula. Eu já me tenho perguntado: mas que raio de vaca é esta, que tão pedagógico leite produz ?

2 comentários:

saltapocinhas disse...

estás coberto de razão como sempre!
um dia destes hei-de publicar fotos da minha escola... vou procurar ter ser a mãquina a postos para ver se apanho um ratinho na foto!
não sabia nada desse novo regime.
Sendo assim, ainda me vou candidatar a directora!!!!

José António disse...

Não tenho dúvida que, pelo menos do Conselho Geral deverias fazer parte.

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