Desde que do Ministério da Educação começou a jorrar insensatez - e já faz tempo -, iniciei-me num processo de auto-convencimento que me tem atenuado a manifestação de uma sintomatologia mais grave. Convenci-me que Cavaco Silva, no tempo certo, haveria de repreender publicamente os responsáveis. Pode parecer exagerado este meu auto-convencimento, mas Abril é um tempo muito especial. Abril é o tempo dos passarinhos a fazerem os ninhos... Em Abril, águas mil!
Foi também Abril que o PS elegeu para o disfarce do divórcio a pedido, como se isso constituisse um exercício de promoção de liberdade.
Disfarces à parte, o assunto pode chegar a verdadeiramente litigioso e transcender o núcleo familiar.
É compreensível que seja conveniente falar de amor quando há cem mil desassossegados na rua, mas o Presidente da República está bem assessorado e está atento, portanto... eu acredito!
E acredito por considerar ser necessário formatar o disco dos pecados originais. O maior e mais grave resulta do pressuposto que trocar os sindicatos pelo Conselho de Escolas - esta não lembraria a ninguém que passasse os olhos pela legislação fundamental - seria um passe de mágica que permitiria diluir o problema das reivindicações. Ora, como se previa, o Conselho de Escolas, duplicou-o. É um facto que o representante desse órgão se tem revelado pessoa cordata e pacificadora e que essa forma ajuda, porém, com um conteúdo tão gelatinoso, não sei se a forma dispensa passar pelo frio para que se veja a coisa enformar.
Vejamos:
- Mandatos de 12 anos (está provado que para fazer obra são precisos, pelo menos, 10 anos!);
- Director com vencimento do topo da Administração Pública ou lá perto (tal trabalhinho, tal dinheirinho);
- Concursos para Professor titulares reabertos para professores nos 7.º; 8.º e 9.ºs escalões (E se algum director não tem acesso ao título?);
- O Director nomeia os Coordenadores que serão pagos pelas funções que desempenham (portas-te mal não receberás mais um cêntimo);
- O Director será também Presidente do Conselho Pedagógico (quem é Director é Director, nada de confusões sobre quem manda);
- De avaliação dos directores nem falar (desautoriza);
- O Director avaliará todos os professores (portem-se bem...).
Até uma sentença salomónica cairia bem e, portanto, Cavaco Silva não vai concerteza perder a oportunidade de introduzir sensatez. Não abispo outra saída.
2 comentários:
Eu já não acredito que alguém meta bom senso na cabeça deste ME... já não acredito e tenho medo do caminho que trilhamos...
Fica bem
Duvido MUITO...
Então se o PR não abriu a boca quando este governo espalhou por aí que os professores não eram avaliados quando foi ele próprio que, nos tempos em que foi 1º ministro, introduziu a avaliação no ECD. Se não falou nessa altura, até por uma questão de defesa pessoal, também não o vai fazer agora... isto é tudo pessoal que come da mesma gamela.
MADR
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