sábado, fevereiro 10, 2007

Dá que pensar...


Excerto de uma entrevista publicada na revista "NS" notícias sábado, parte integrante do DN n.º 50353
Entrevistada: Andreia Soares, 19 anos, prostituta, acompanhante de luxo, actriz de filmes sadomaso.

Comecemos pelo princípio. Refere-se repetidamente, no seu livro, à "terrinha". De que terra estamos a falar?
Fafe. Mais precisamente Estorãos, uma aldeia do concelho. Cresci num pequeno lugar, a dois quilómetros da cidade, mas como a estrada é de terra batida demora algum tempo a percorrer. Os meus pais ainda lá vivem.
Uma menina pobre de província, portanto.
Classe média, média-alta, talvez...
Diz a certa altura do livro que o facto de ser "digamos que delinquente" precipitou a cisão com os seus pais. Refere-se a quê?
Nada de especial. Fumava charros, faltava às aulas, usava "piercings"
Até que engravidou.
Aos 15. Perdi a virgindade e engravidei logo...
Onde está hoje a criança?
Com os meus pais. Tem três anos e meio.
Como é que o seu namorado reagiu à notícia de que era prostituta?
Ficou chocado. Não fazia ideia, porque eu dizia-lhe que era empresária. Depois de lhe ter contado, estamos um pouco em "stand-by".
Quantos filmes já fez?
Uma dúzia talvez. É só "bondage e sadomasoquismo...
E como prostituta, quanto ganhava?
Variava. No Verão de 2005 cheguei a fazer 15 ou 16 mil euros num mês só.
Confessa que já se drogou e escreve bastante sobre consumo de álcool e comprimidos. Continua a consumir hoje?
Já não me drogo. Deixei tudo quando engravidei. Viciada só em tabaco. E em comprimidos, sobretudo ansiolíticos. Tipo Valium, Xanax...
Os antigos clientes continuam a telefonar-lhe?
Muitos. Mas eu avisei os habituais que ia casar-me e deixar a prostituição.
Diz no livro que houve homens que tentaram matá-la. Como foi?
Houve um que me levou para Aveiro, apontou-me uma pistola à cabeça - e então fui obrigada a fazer tudo sem receber nada...
Diz que é "ninfomaníaca", que consome álcool e comprimidos, que sente falta de afecto genuíno. Nunca procurou um psiquiatra?
Já. Mas apenas porque sofria de insónias e não conseguia dormir sem comprimidos...
Diz a certa altura do livro que, "quando for grande", quer aprender a cozinhar. Ainda não se acha grande?
De certa forma, não. Ainda me sinto um pouco criança. Nunca tive de fazer na vida nada do que as pessoas grandes têm de fazer. Responsabilidades e assim...
Nunca se questionou moralmente?
Não. Não sou católica. E mesmo os meus pais, sendo católicos, não praticam. De resto, não são pessoas rígidas. São uns bacanos.
Quais as suas expectativas comerciais?
Espero que venda muito. Tipo Carolina Salgado - mas em bom.

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