Que o actual modelo de gestão escolar conflituava com o normal funcionamento das Escolas, já todos sabíamos, de há muito. Tive oportunidade de o constatar enquanto professor e enquanto exerci funções como elemento de um conselho executivo. Daí ao actual documento, hoje promulgado, pelo Presidente da República, vai uma diferença abissal. O anterior pecava por permitir fazer uma gestão do tipo: vota em mim que te ofereço um electrodoméstico! O actual peca por estar estar impregnado de uma visão empresarial do tipo: arruma bem os alunos nas estantes, etiqueta-os a preceito e, se as vendas forem ao céu, será "muito bom" garantido.
O documento, agora aprovado tem alguns aspectos que claramente visam repor justiça democrática; a participação diminuta dos pais na Assembleia de Escola sempre foi uma mentira difícil de vender. Porém, a excessiva centralização de poder em uma só pessoa - O Director - tem elevadíssimos riscos associados. Estranho é ainda o facto de não ser claro se ao Director se junta uma equipa de burocratas, daqueles que ultimamente introduziram nas Escolas uma cultura do tipo: Não olhes para mim... não fales para mim... que os papéis acordam (em tempos idos era o amor).
Foi, na verdade, uma desagradável surpresa Cavaco Silva ter assinado sem um único reparo. Muitos Presidentes de Conselhos Executivos estarão hoje a esfregar as mãos com o que aí vem. Mas se é a economia de mercado que querem transpor para as escolas, já sabem que podem sempre contar comigo para fazer de entidade reguladora. Sem dizerem ao que vão e com quem vão!?... Hum...Oh! Diabo!
2 comentários:
Isto vai ser lindo vai... eu nem quero pensar muito nisto... Nem sei como vai ser...
Fica bem
Nem tu, nem eu, nem quem o concebeu. Por isso mesmo reafirmo a necessidade de estar atento e fazer dos conselhos gerais verdaddeiras entidades reguladoras.
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